Sites pornôs – aceitar ou não esse tipo de trabalho?

Aviso aos navegantes
Se você caiu aqui em busca de pornografia está perdendo tempo (para isso vá buscar algum DVD[bb]). Este texto é voltado para profissionais de internet interessados em debater o assunto em questão.

Receber proposta para desenvolver sites pornográficos está perturbando a cabeça de muitos designer e desenvolvedores. Aceitar ou não? É ético esse tipo de trabalho? Pode causar problemas judiciais? Ética é uma questão delicada, mas o maior medo são questões de legalidade que esse tipo de site pode causar.

 

Por aqui, no país do futebol, a prostituição não é crime porém se aproveitar do esforço das moças, é cadeia:

"Art. 230 – Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa."
Imasters – Bruno Ávila

Se o projeto em questão for de algum tipo de cafetão, agenciador ou qualquer coisa que “explore” prostitutas e você optar por desenvolver, cuidado. Saiba que você está estimulando a exploração sexual, e isso é crime. Não aceite esse tipo de trabalho de “acompanhantes”. Não sou a favor e não aceitaria trabalhos desse tipo, agora se o site funciona dentro da legalidade, não oferece serviço de acompanhantes mas é de conteúdo pornográfico, não vejo problema nenhuma. A venda de vídeos, conteúdo por assinatura, produtos eróticos, etc. é comércio como qualquer outro e minha consciência não me perturbaria ao desenvolver esse tipo de trabalho.

Jornais constantemente divulgam serviços de garotas que compram espaços em classificados e se o site exercer esse mesmo tio de atividade que o jornal, está dentro da legalidade, certo? Vender espaço para mulheres divulgarem seus serviços é como qualquer serviço de classificado comum, e isso não é crime.

Lei no Brasil é complicado. Nunca desenvolvi sites pornográficos ou de acompanhantes, até o momento. Li o depoimento de um designer que desenvolveu um site pornográfico e é contra aceitar esse tipo de serviço:

A forma que o cliente falava sobre o site era a mesma de um traficante de drogas. Usava termos como "temos que viciar o cliente" ou "coloque essa foto da mulher nessa posição para deixar o assinante doido e viciado".
Imasters – Bruno Ávila

Respeito muito o trabalho do Bruno, mas neste aspecto Sinceramente não vejo nada de “traficante de drogas” no negócio. Ou eu já estou completamente corrompido pelo capitalismo ou ele é idealista demais, com todo o respeito.

Existe pessoas viciadas em pornografia? Claro que existem. Existem inclusive clínicas de tratamento para esse tipo de distúrbio. Lembro você que existe também gamers viciados, que acabam sua vida social em prol de personagens com um level mais alto e uma posição no ranking. Existem pessoas que gastam seus salários com gadgets e aparelhos tecnológicos, viciados em tecnologia. Os alcoólatras. As mulheres viciadas em sapatos. E isso é só um pedaço do problema. O objetivo de qualquer negócio é o lucro, e disso faz parte a captação de clientes. Captar não basta, manter é importante. É comum campanhas de fidelização de usuários em alguns sites, porque em sites adultos isso seria errado?

Sites de assinatura, por exemplo: um pedaço da foto está lá, com a manchete em destaque. Ao clicar para ler o que vejo? Usuário e senha. Esses portais de notícias são como traficantes de drogas? Ah, parem. Captar clientes é normal.

O erotismo/prostituição é um mercado de consumidores como qualquer outro. Não apoio a exploração da prostituição, muito menos a exploração de menores. Se o site manter conteúdo adulto, usando atores/atrizes/modelos maior de idade e não fizer nenhum tipo de atividade ilícita merece o empenho e atenção que eu daria para qualquer outro cliente. Aceitaria o trabalho sim.

Não serão pessoas com distúrbios e vícios que me farão negar um trabalho legal pela lei como o de desenvolver layout para um site de sapatos feminios, de cervejaria ou de produtos eróticos ou vídeos pornográficos.

O designer tem sim que captar clientes, inclusive quando está trabalhando para um mercado considerado “sujo” como o da pornografia. Sei que serei criticado – e talvez apedrejado – por muitos. O design não existe só para captar clientes, manter visitantes, etc., mas isso já assunto para outro texto.

E vocês, já pensaram sobre o assunto?
Uma questão que não sei responde é: colocar ou não o desenvolvimento de um site pornográfico no portfólio? Sem refletir muito, minha resposta é não. E a sua?

ps.: se você chegou aqui realmente não veio atrás de pornografia (como indicam a maior parte das estatísticas), então me perdoe a publicidade de DVDs no início: mas elas valeram a pena. Me$mo!


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