Recentemente li um comentário muito interessante no artigo que a Bia publicou chamado Se vendêssemos pizzas como produzimos sites, que fala sobre os "clientes artistas" e outros problemas comuns de relacionamento com o cliente para quem trabalha atualmente com desenvolvimento de sites.
Quase todas as comparações dos designer e desenvolvedores web com pizzaiolos, na verdade, tratam da desvalorização e descaso com o profissional. Sei que isso acontece em diversas áreas, porém trato aqui destas categorias específicas de profissionais.
– Outro cliente te liga e pede uma pizza e fica abismado com o preço que você que cobrar por ela, e ele te diz que o sobrinho dele faz uma pizza por um décimo do preço que você pede (ele usa um template de pizza semi-pronta comprada no Carrefour).
– O cliente te liga e pede uma pizza linda, mas avisa que ja pediu a mesma pizza pra 5 outras pizzarias e só pagará a que ele mais.
O comentário que falei antes foi do Alexandre, acompanhem:
"Interessante as comparações feitas,mas porque um pizzaiolo não pode fazer um site?Eu sou metalurgico e fiz um,acho que se tiver vontade consegue,mas vou dizer uma coisa certa não é facil fazer,estou tendo muito trabalho para deixar como eu quero,tudo do meu site eu que estou fazendo,ate as animações em flash.Eu não faço site para ninguem,para isso existem profissional,mas eu discordo de que é melhor pagar para ter um site bonito,funcional etc…"
Parte do comentário do Alexandre
Ele foi bastante educado e até concordo com alguimas partes do comentário (e da troca de idéias que rolou com as respostas), porém é perceptível a desvalorização com o profissional de internet (mesmo o Alexandre afirmando que não, pode ser inconsciente mas existe).
Acho que qualquer pessoa tem sim o direito de fazer site, aprender, estudar. Isso é de certa forma inclusão digital!
Mais sobre "inclusão digital" no artigo Revolução? Para a elite…
Mas fazer isso como se fosse um profissional é simplesmente imoral. É sujar não só teu nome como também uma classe de profissionais, que sem dúvida os clientes enganados por este tipo de "profissional" vão generalizar ao denominar "webdesigners são picaretas!".
Apesar de ter achado interessante o comentário e idéias do Alexandre, ao entrar no site dele eu só pensei em uma coisa: picaretagem. O objetivo único do site é vender espaço publicitário, e só. Não tem conteúdo, não tem apelo visual. É como o que já fez sucesso site de um milhão de dólares (vendendo pixels). Se fingir que faz uma coisa, prometer resultados que não irão existir e lucrar com a ignorância alheia devido a falsas promessas não é picaretagem, não sei o que é.
Quero deixar claro que não é um "ataque" ao Alexandre. Ele pode ser um ótimo metalúrgico, mas pelo site dele provou entender tanto de internet quanto eu entendo de procedimentos cirúrgicos cutâneos em albinos do sudoeste europeu.
Apesar de achar interessante ver a empolgação e aprendizado que ele relatou nos comentário continuo achando errado a forma como ele está (tentando) utilizar o aprendizado que teve.
Retomando, os clientes, ah, os clientes!
Está acima do nosso orçamento, o que podemos fazer para chegar em… R$12,45?
Voltando a desvalorização do profissional: o cliente chora por preço. É um direito dele. Mas existe um limite entre pedir um desconto e dizer que o trabalho do outro não vale nada.
Seguei um ótimo vídeo para você passar para seus clientes antes de qualquer reunião, orçamento ou briefing.
É um treinamento para cliente. Um tapa de luva, muito bem educado, que começarei a utilizar. As famosas frases que escutamos, transferidas para outros tipos de prestação de serviços ou negócios.
Parte da falta de respeito com o profissional obviamente é culpa nossa (dos profissionais) que muitas vezes cedemos a pedidos e choramingos de clientes.
O preço é este e ponto. Aceite ou vamos fazer um projeto menos trabalhoso.
Deixe um comentário