Roube este filme (Steal this film, no título original) é um documentário que fala sobre a história do famoso site de torrent, o Pirate Bay.
Recentemente o Pirate Bay foi a julgamento que infelizmente acabou com a condenação dos criadores e envolvidos na manutenção do serviço de busca.
A decisão de condenar os envolvidos causou revolta em diversos blogs, algumas manifestações e várias pessoas escreveram em apoio a "liberdade cultural" e a liberdade da rede. Concordo que a condenação foi injusta, já que os condenados não infringiram nenhuma lei do país onde estavam. O site é apenas um buscador, exatamente como o Google, porém, ao invés de indexar páginas, indexa "trackers" de compartilhamento de arquivo. Falando nisso…
Google Pirate
Com a tecnologia de pesquisa avançada e personalizada do Google é possível buscar apenas por um determinado tipo de arquivo, como por exemplo: PDF, documento de texto, imagens, planilhas e claro: torrents.
Como crítica foi criado o site "pirate google", que não tem ligação oficial com o Google e apenas utiliza sua tecnologia para provar que o mesmo processo que aconteceu contra o The Pirate Bay poderia ser feito contra o Google ou qualquer outro indexador de conteúdo da web.
A guerra – Piratas vs Copyright
O documentário mostra que grande parte das ações e pressão que a rede (e os sites de compartilhamento de arquivos) sofrem estão diretamente ligadas a politicagem, envolvendo pessoas da Casa Branca. Fala sobre a invasão (pé na porta mesmo, coisa física) que o datacenter onde estava o Pirate Bay estava sofreu, tendo confiscado diversos servidores (a maioria não relacionado ao site).
Peter Sunde, um dos condenados afirmou que todo o processo e "burburinho" que estava acontecendo não passava de teatro para a mídia, afirmou ainda que nada mudaria e que o site não sairia do ar.
“Fiquem calmos – nada vai acontecer com o TPB, com nós 4 ou com o compartilhamento de arquivos. Isso é apenas um teatro para a mídia”
Peter Sunde
Vários usuários apoiaram e experessaram repulsa a condenação dos suecos, entre eles, Marcelo Branco, coorendador da Associação de Software Livre (ASL)
"A condenação é absurda e revoltante, pois o Pirate Bay não tem nenhum conteúdo protegido por copyright, é apenas um site de busca como o Google, Yahoo ou Microsoft Search. A diferença é que é especializado em conteúdos culturais"
"Os conteúdos estão sendo disponibilizados por milhões de internautas a partir de seus computadores pessoais, portanto se alguém tivesse que ser condenado seriam estes milhões de internautas e não o serviço de busca"
Marcelo Branco coordenador da ASL
O escritor Paulo Coelho também argumentou a favor do compatilhamento de arquivos, afirmando como uma coisa positivo na venda de seus livros.
"Eu acredito que quando um leitor tem acesso a alguns capítulos ele pode decidir por comprar o livro mais tarde"
Paulo Coelho
O documentário "Roube este filme" está dividido em quatro vídeos no Youtube, encontrei no Baixa Cultura (blog super recomendado para quem se interessa por assuntos relacionados ao copyleft, liberdade digital entre outros).
O documentário relata os golpes sujos e constantas ataques que acontecem neste mundo da pirataria, em uma duradoura e custosa guerra entre o poder intelectual (e social/comunicativo) e o poder financeiro – e político – exercido por lobistas e defensores dos milionários lucros da indústria cinematográfica e fonográfica.
Eu tenho um palpite sobre quem são os malvados que estão atacando, façamos uma comparação:
VS
Imagens do blog do Peter.
Documentário – Roube este filme (Steal this film)
Eu não poderia escrever um release melhor do documentário do que o escrito no Baixa Cultura:
O documentário, de uns 32 minutinhos, traz ao público a forma como entidades de lobby, como a MPAA, trabalharam sua influência sobre as autoridades na Suécia para causar um ataque ao Pirate Bay, bem como entrevistas com os responsáveis pelo site, usuários de tecnologia de compartilhamento de arquivos, produtores e dirigentes da indústria cultural.
Assitsta o documentário abaixo, dividido em 4 partes no Youtube.
Parte 1 de 4:
Parte 2 de 4
Parte 3 de 4
Parte 4 de 4
Depois de assistir o documentário junto com o meu irmão, iniciamos um debate sobre copyright, que será assunto de outro post. Concordo que a condenação dos nerds suecos foi injusta, visto que do ponto de vista jurídico eles estavam dentro das leis do país que atuavam, porém não posso debater sobre um assunto que não tenho muita noção como o direito digital.
Não quero fazer o papel de advogado do diabo, mas eu defendo o poder de ganhar com a produção cinematográfica e musical. Eu não gosto de ter meus posts copiados na íntegra e distribuídos muitas vezes sem crédito nenhum. Não sou um total adepto do copyleft, mas adoro e utlizo Creative Commons.
O debate sobre copyright / copyleft e lucros com as produções é assunto para mais um post, defendo o direito de lucrar com isso mas não defendo a forma como isso é feito atualmente. 🙂
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