Meu nome é Daniel Quintana Sperb, sou Coordenador do Curso de Design da Universidade Luterana do Brasil Campus Carazinho desde o final do ano de 2004. Minha formação é em Desenho Industrial com habilitação em Design de Produto. Porém, meses antes da minha formatura (janeiro de 2004), em função do MEC, o nome do Curso mudou para Design – Habilitação Projeto de Produto.
Não quero entrar no mérito do quão prejudicial é a questão da terminologia adotada (os hairdesigners (cabelereiros) e naildesigners (manicures) que me perdoem)) pois este não é o foco neste momento.
O fato é que, ao passar na seleção de professores do referido curso, pensei: "Não ficarei aqui muito tempo, pô, um curso de design gráfico, quero dar aula num curso de design de produto!!!!". Cabe salientar aqui que até fazer a seleção, não pensava em me tornar professor, meu foco era a indústria, porém, a pesquisa e as publicações me trouxeram até aqui.
Porém algo muito estranho ocorreu, comecei a me interessar muito pela área do design gráfico (nada mais natural morando com alguns dos maiores designers gráficos que conheci) e ver uma relação óbvia entre o produto e o gráfico., principalmente em função da ergonomia cognitiva.
Em 2005, fomos todos surpreendidos por uma alteração curricular que inseriu no curso definitivamente, a área do produto, porém, o curso passou a formar BACHAREIS EM DESIGN, com as duas habilitações, gráfico e produto. Lembro como se fosse hoje, TORCI o nariz na hora, mas como eu estava chegando, não tinha muita voz ativa frente aos colegas da Matriz ULBRA Canoas (mazelas de uma Instituição grande). Mas eis que novamente algo estranho ocorreu, comecei a perceber que esta formação generalista não era tão ruim assim, pois, embora não formasse um designer tão "completo" em termos ferramentais, dava a esta nova categoria de designer uma condição diferenciada, uma visão olística, sistêmica, uma visão do todo, que nós (formação tradicional) não temos.
O fato é que passaram quase 4 anos e hoje sou um defensor da formação generalista (a exemplo de países desenvolvidos), pois assim como na Medicina, o designer deve ser antes de mais nada, DESIGNER, com uma visão ampla e capacitada. Na verdade, o grande objetivo do MEC com estes "incentivos" por meio das Diretrizes Nacionais Curriculares, é justamente esse, fazer com que o estudo não pare ao final da graduação, que se façam especializações e mestrados, enfim, sem dúvida, uma atitude acertada e nobre para uma nação que aspira o desenvolvimento.
PORÉM, lembro aqui que, muitos alunos, ao longo do curso vão se direcionando ao natural para determinada área e são tão pró-ativos que, ao sair, levam consigo uma bagagem muito boa no que tange conhecimento técnico de determinada área que o Curso não objetiva aprofundar, que não necessitam de pós graduações para ter seu lugar ao sol.
Enfim, o objetivo aqui é apenas fomentar uma discussão, mas eu precisava dar uma descrição geral em termos de "norte" para quem está lendo…
…eu gostaria de saber a opinião de vocês no que tange esta discussão e deixo aqui a sugestão de um vídeo muito interessante que aborda,dentre outros temas, este que abordei aqui, a formação completa, generalista. "A FOLHA QUE SOBROU DO CADERNO"
Forte abraço a todos.
Daniel Quintana Sperb
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