Esses dias estava debatendo sobre o preço da hora de trabalho como freelancer para projetos web, e entre piadas sobre a sobrinhagem comecei a pensar um pouco sobre os "micreiros" ou sobrinhos (explicados no Be a Bá do Design) que atormentam a vida de designers e desenvolvedores.
Normalmente os preços destas pessoas são compatíveis com a qualidade e profissionalismo que eles tem: normalmente pessoas novas, entrando na faculdade ou curso técnico, procurando um espaço para entrar no mercado. Como não tem idéia do custo da sua hora (moram com os pais, trabalham por hobbie, não pagam materiais, etc.) eles enxergam seu trabalho como "custo zero", resultando em tabelas de preço como a do Telmo Júnior, um rapaz que movimentou o twitter em alguma tarde deste ano (clique na imagem abaixo para ampliar).
Normalmente a "sobrinhagem" (nomenclatura oficial dada e esta fina arte de dominar um software e com isso achar que domina uma área de atuação) é fortemente criticada pelas pessoas formadas, que estudaram e que são mais experientes em determinada área (como design ou programação).
Resolvi escrever este texto para levantar uma hipótese da importância desta classe "profissional" para o mercado de internet.
Sempre defendi que existe mercado para todo o tipo de profissional, desde o rapaz que terminou um curso técnico do pacote Adobe (já ministrei um curso de 6 meses nisso, sei o quão infernal é) que acha justo cobrar R$ 900,00 por um site institucional até a agência que inicia seu orçamento de um projeto web em R$ 15.000,00.
O cliente
O mercado rege o mercado – um empreendedor de primeira viagem, com recursos limitados mas que gostaria de ter um site institucional para divulgação da sua empresa e ter mais uma forma de contato com potenciais clientes pode não ter um orçamento que permita ele pagar 20, 10 ou até 5 mil reais em um site, por isso ele deve ser "excluído" do mercado?
Será que os sobrinhos não tem o papel de incluir este cliente no mercado, para que quando ele tiver um orçamento compatível ele possa contratar um profissional ou agência com mais experência / competência?
Deixando de lado a questão financeira, um empresário que "não acredita" na importância de ter um site e acha que é uma estupidez investir R$ 10.000,00 em um site institucional, acaba contratando um "sobrinho" que coloca o site da empres ano ar.
Será que este também não é o primeiro passo para conscientizar o cliente de que aquela não é a melhor opção (através de críticas recebidas, ou feedbacks de que algumas coisas poderiam melhorar)? Ou será que o cliente "traumatiza" e nunca mais investe um real em internet?
Afinal, qual é o papel do "sobrinho" no mercado de internet?
Comentem! 🙂
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