Estágio é só exploração? Não!

Sou designer e escrevi esse texto baseado em experiências minhas, que talvez não se apliquem a mais ninguém. Mas aí está 😉

Logo que entrei na faculdade consegui um estágio em um estúdio de design. Estágio tem uma fama: muito se faz e pouco se recebe. Neste caso o "receber pouco" foi financeiramente. O salário não me agradava muito não: R$350,00. Mas na época, pela experiência seria bom (e 350 me ajudaram bastante).

Mas a questão deste texto são as reclamações que vejo por aí de propostas "indecentes" de estágios. Existem empresas que só sobrevivem dissecando estagiários, sugam até a última gota de suor (e a última hora de expediente) e quando o cara se forma ou está em condições de executar bem o serviço e ser efetivado a empresa dispensa pensa: custos trabalhistas. E que venha o próximo novato para ser dissecado.

Se você conhece empresas assim eu tenho uma dica: mantenha distância. Elas não estão interessadas em te ensinar nada, isso significaria treinar você para a concorrência já que logo eles irão te chutar. Mas eu defendo estágios. Talvez porque tive sorte de boas experiências.

O erro é procurar um estágio somente pelo dinheiro. Se você quer dinheiro arrume um emprego, e para isso você deve ter experiência. Dinheiro tiram da gente, conhecimento não, to certo? Na hora de procurar algum tipo de estágio é legal falar com funcionários ou alguém que já passou por lá.

Porque saiu?
É exploração?
Estão dispostos a ensinar?
Contratam no final do período de estágio?

Nunca me fiz estas perguntas, mas mesmo se tivesse feito aceitaria o estágio que citei anteriormente. Todo mundo precisa começar de algum lugar e um estágio é um bom lugar para isso, não acham?

Eu já "trabalhava" com internet antes do meu primeiro estágio, mas – não tenho vergonha de dizer – não era nenhum tipo de profissional, e nem atuava como tal.

Minha maior experiência era com sites próprios e blogs que eu desenvolvia, com sistemas próprios e estas coisas. Nesse período de "brincar" de desenvolver layouts e programar (na época em PHP) foi que comecei a gostar disso. Defini – alguns dias antes de encerrar as inscrições – o curso superior que eu faria: Design, e não mais publicidade.

O estágio foi um forte suporte aos meus estudos. Trabalhava com três pessoas que até hoje respeito e admiro profissionalmente, grande parte do que sei não se deve a faculdade e sim ao estágio. Não estou condenando a vida acadêmica, conhecimento é muito importante sim, mas não mais do que a experiência prática. Colocando na balança são qualidades equivalentes e uma complementa a outra.

Só a prática vira um empirismo sem lei, onde muitos erros vão acontecer. E seus clientes não vão gostar, pode ter certeza. E o conhecimento por si só vai causar uma confusão na parte da prática, causando atraso nos prazos, dificuldade em orçamentos, e outros fantasmas que perturbam quem está começando.

Apesar dos preconceitos, vejo o estágio como uma forma positiva de crescer profissionalmente. Se a empresa dá espaço para você crescer junto com ela a chance de ser contratado e subir com a empresa é grande.

E se afastem das empresas dissecadoras de estagiários, deixe-os para os menos favorecidos. Até que as empresas vejam que esse método não tem futuro…


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