Entrevista com o ilustrador Lucas Vogelmann

Dando continuidade as entrevistas com ilustradores, depois da entrevista com Alan Cruz mais um papo com um ilustrador gaúcho e trabalha junto com o Alan, abaixo as respostas do Lucas Vogelmann sobre a carreira de ilustrador.

Entrevista com Lucas Voglemann

Apresente-se: nome, idade, cidade onde mora, onde viveu, empregos que marcaram… o que achar que cabe, fique a vontade 🙂 

Meu nome é Lucas Graebin Vogelmann, tenho 22 anos. Moro em Carazinho-RS, mas já passei por várias cidades do Rio Grande do Sul. Trabalho com design gráfico há 5 anos, desenho desde os 10. Atualmente, sou sócio-diretor do Multiverso, estúdio de design e ilustração. 
 
Qual a sua formação acadêmica? Porque escolheu ela? 

Estou completando agora em 2010 o curso de design. Sempre gostei muito de desenhar e, acima de tudo, de criar coisas novas. Quando criança, minha ideia de vida, era ganhar dinheiro desenhando, pra aí poder comprar toda a coleção de Comandos em Ação Gi-Joe, um Mega Drive e uma coleção de HQ's do Homem Aranha. E parece que isso está dando certo até agora. 🙂  
 
Quando você começou a desenhar? Como foi o início e, na época, o que te influenciou a isso? 

Mesmo antes dos meus 10 anos de idade, eu gostava de desenhar. Mas nessa idade, acabei me mudando para Cruz Alta-RS, onde conheci um amigo cujos pais são arquitetos. Ele, já influenciado pelos pais, desenhava pra valer, e acabou me influenciando a isso. Além desse meu amigo (que também se tornou um designer gráfico), as HQ's da Marvel Comics vieram a me influenciar e incentivar bastante (na época, meu sonho era desenhar pra Marvel). Daí pra frente, nunca mais me livrei do hábito.

 
Um ilustrador ou artista que admira. 

Dos ilustradores, gosto muito do trabalho de Andy Kubert, que desenha para a Marvel. Posso destacar o trabalho que ele fez em “Marvel 1602”. O Hiroaki Samura, artista de mangás e autor de “Blade” também me agrada muito. No design gráfico, sou fã do trabalho do James White, artista gráfico canadense com tendências retrô. 
 
Qual tua ilustração (própria) favorita?

Tenho mania de não completar trabalhos próprios. Mas, dos finalizados, creio que a que mais me agradou até  o momento foi “Drink”. Curiosamente, não tem nada a ver comigo. Ela trata de alcoolismo e foi baseada em uma música. Toda baseada em tipografia, área que eu sempre adorei. Porém, tenho alguns trabalhos que, quando completos, vão ficar bem mais legais. 😉

 
Que técnica você utiliza atualmente antes de ir pro digital? Ou é direto no digital? 

Pra ilustrações, meu processo é pouco rígido. Como a arte é muito próxima da área, não me permito manter uma metodologia de projeto muito restrita quando faço uma ilustração, principalmente se for pessoal. Nos meus trabalho próprios, me limito ao campo artístico. Mas, quase que invariavelmente, inicio com uns breves (e toscos) rascunhos no papel, até chegar à estrutura básica que me agrade mais. Depois, parto pro meio digital. Em alguns casos, vou improvisando direto no PC.  
 
Quais teus softwares favoritos para ilustrar? 

Photoshop, sem dúvidas. O Painter sempre me atraiu, mas nunca me agradou muito, funcionalmente. Quando preciso de desenhos mais geometricamente orientados, parto pra um software de ilustração vetorial (quase sempre Corel Draw), no qual faço alguns vetores básicos para, depois, exportar pro Photoshop novamente.  
 
Quando e como você profissionalizou seu trabalho? 

Meu caso foi simples. Um dia acordei e decidi vender meus serviços. Saí espalhando pela cidade (pequena) que estava aceitando trabalhos de design gráfico. Aí a coisa evoluiu gradualmente. Ao mesmo tempo, fui estagiário em uma agência de publicidade e, depois, no setor de comunicação da universidade em que estudo. Em 2010, abri o Multiverso com dois (talentosos) designers: Alan Cruz e Fernando Busch. 
 
Brevemente, quais os passos para produzir uma ilustração encomendada? (briefing, rascunhos, contrato, produção, etc…) 

Como falei antes, ao meu ver, ilustração é uma área muito mais “arte” do que “design”. Então, o método pode ser mais flexível. Mas claro, sempre partimos de uma base. Inicialmente, faz-se um pré briefing. Coisa básica, só pra saber do que se trata. Fechado o trabalho, contrato assinado. Depois, o briefing completo. Sem ele não tem como fazer a ilustração. Depois, a produção pode ser bem mutável. Normalmente, partimos de rascunhos, que são apresentados. Aprovados, partimos para a fase de refinamento, colorização. Aí é só finalizar e esperar a aprovação. 
 
Atualmente você mantém algum vínculo com agência ou trabalha de forma autônoma? O que considera o ideal? 

Tenho meu estúdio, o Multiverso e, através dele, mantenho parcerias com profissionais de design e comunicação aqui da região. Não vejo um modelo ideal de carreira para um designer ou artista gráfico. Vai de cada um. Por exemplo, existem grandes estúdios e agências que oferecem ótimos planos de carreira pra profissionais. Mas também é possível atingir o sucesso comandando seu próprio estúdio ou até mesmo sendo freelancer. Vai mesmo da determinação de cada um.  

Black Bird
 
Qual sua recomendação para quem quer se inserir no mercado? 

Não se contente com o que te ensinam na faculdade. Normalmente, é pouco. Vá atrás de mais conhecimento, torne a prática de design um hábito. Desenhe frequentemente, produza sua própria arte e esteja presente na web como profissional. Divulgar seus projetos próprios pode ser um diferencial. Uma postura profissional também ajuda. Há uma tendência de informalidade no mercado de design gráfico, então passar mais credibilidade pode ser um ponto chave. Começar cedo também é um facilitador. Esqueça os melhores do seu meio. Foque-se nos melhores do mundo. 
 
Você já teve problemas com proteção intelectual de seus trabalhos? O que você recomenda para o ilustrador se proteger de possíveis problemas? 

Já aconteceu de plagiarem um trabalho artístico meu. Foi há uns 4 anos atrás. Um norueguês viu um poster meu e praticamente copiou-o, usando como capa de um pacote de elementos em PSD que ele disponibilizava para download. Como o pacote era free, e era algo pequeno, não me importei. Mas entrando em contato com o artista, ele alegou que havia “inspirado-se” no meu trabalho. 

Este campo de proteção intelectual é bastante complicado, principalmente na web. Não há muito o que fazer em caso de plágio de seu trabalho (a não ser que você seja bastante conhecido). Convém sempre manter um número razoável de provas da data em que a peça em questão foi produzida. Mas, caso o pior aconteça, não vejo muito o que fazer, a não ser provocar alarde na web, revelando o plagiador. 
 
Livre: grita, chora, reclama, manda beijo, deixa mensagem, pede a mulher amada em casamento…. 

Obrigado pelo interesse em meu trabalho. Se quiser conferir um pouco mais, visite MultiversoDesign.com.br e elvog.deviantart.com. Informações de contato podem ser encontradas aí nestes sites.

Sou um cara legal e respondo e-mails também. Até mais. 🙂


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